sábado, 5 de julho de 2008

Off Topic: Winehouse divide críticos


Abaixo, estão dois minúsculos reviews sobre o show de Amy Winehouse no Rock In Rio Madri. O primeiro, não assinado, foi produzido pela Agencia EFE e saiu no UOL. O segundo, escrito por Jotabê Medeiros, saiu no site do Estadão. Detalhe: as opiniões são quase que completamente opostas. Com exceção do fator empolgação do público, as resenhas divergem em todos os outros pontos.

Confira:

Amy Winehouse faz o show mais esperado do Rock in Rio Madri


Madri - Amy Winehouse não conseguiu encontrar seu ponto de equilíbrio e muito menos de entonação, mas entusiasmou o público do Rock in Rio Madri desde seu primeiro gole de álcool durante sua apresentação no evento.

Não era a artista mais importante, mas a atração mais esperada do festival realizado em Arganda del Rey e pelo qual hoje passarão mais de 75.000 pessoas, em uma noite que será encerrada pela cantora colombiana Shakira.

Desprovida de todo argumento musical, Winehouse não desapontou os presentes, que não esperavam virtuosismo, mas algo de mórbido no comportamento errático da britânica.

Havia muita expectativa após o fiasco de sua atuação no Rock in Rio Lisboa e seu recente ingresso em um hospital britânico por causa de um enfisema --doença pulmonar que acometeu a cantora.

Amy entrou no palco quase sem carisma nem voz e foi acompanhada por uma banda de nove músicos, dois dos quais a salvaram em várias ocasiões.

A ironia geral chegou a seu nível mais alto quando o público cantou com ela o "no, no, no" de sua conhecida música Rehab -- canção na qual Winehouse se nega a se desintoxicar. A cantora também esqueceu boa parte da letra de A message to you, Rudy, versão para tema clássico do grupo The Specials.

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Amy Winehouse faz show empolgante no Rock in Rio Madri

Tomando taças de vinho e outro líquido indeterminado, ela faz show emocionante e sai sob forte aplauso.

MADRI - Ela chegou trôpega, com o cabelo montado e o famoso coque, e no meio do cabelo tinha um coração escrito Blake, o nome de seu marido. O diretor de TV Jodele Larcher, que filma os shows do Rock in Rio e adora Amy, comentou: "Eu tinha certeza. Ela é maluca mas não rasga dinheiro".

Sim, Amy Winehouse fez seu show na noite desta sexta-feira, 4, no Rock in Rio Madri, e fez um showzaço. Ela parece uma taça de crystal esquecida na beirada de um balcão de pub - a qualquer momento vai se espatifar. Mas a voz quebradiça não é empecilho para ela cantar de um jeito cortante, viral, essencial - na voz e no olhar bêbados de Amy dá para ouvir um monte de outras coisas, da insolência de Nina Simone ao desespero de Billie Holiday.

Mal terminou a primeira música, ela fez sinal para o fundo do palco e entrou um assistente com um copo gigante de vinho, que ela exterminou antes de terminar a terceira música. O público do Rock in Rio desconfiou e gritou: "Sangria! Sangria!". Sim, sangria que passarinho não bebe. Ela abraçou com carinho o vocalista de apoio que usa dreads depois de cantar Love is a Losing Game. Após beber o primeiro gole da segunda taça (de um líquido indeterminado), ela lambeu o líquido que transbordou nos dedos.

No braço da guitarra branca dela está escrito Amy Woo. Ela ergue a barra do vestido quando canta algumas músicas, e dá medo de ela erguer tudo. O olhar dela é triste para cacete, mas ela canta como um anjo, e ainda por cima parece ter um domínio absurdo da situação toda - coordena toda a banda, não erra entradas, é uma magistral bandleader. E que banda!

Amy começou sua apresentação no festival com Addicted, que foi seguida por Just Friends, Tears Run Dry e Cupid. Back to Black, música que dá nome ao seu segundo álbum, de 2006, foi a quinta tocada pela britânica. O repertório do show em Madri contou ainda com Wake up Alone, Unholy War, Love is a Losing Game, Hey Littel Rich Girl, Rudy, You´re Wondering Now, You Know I´m no Good. Para fechar, a maluca cantou seu maior sucesso, Rehab, além de Me & Mr. Jones e uma versão de Valerie, do grupo The Zutons.

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Comentários

Como nunca vamos saber quem, neste caso, está vendendo gato por lebre, resta destacar algumas metáforas e expressões risíveis que o glorioso Jotabê Medeiros escreveu em sua patética resenha.

Em negrito, suas ''melhores'' sacadas.


"Ela parece uma taça de crystal esquecida na beirada de um balcão de pub - a qualquer momento vai se espatifar"

''O público do Rock in Rio desconfiou e gritou: "Sangria! Sangria!''.Sim, sangria que passarinho não bebe

''Ela abraçou com carinho o vocalista de apoio que usa dreads...'' – Essa informação é, realmente, imprescindível.

''Ela ergue a barra do vestido quando canta algumas músicas, e dá medo de ela erguer tudo'' – Dá medo?

''O olhar dela é triste para cacete, mas ela canta como um anjo...'' – Quanta poesia...

Para completar, o crítico conseguiu a façanha de usar o pronome ''ela'' 11 vezes em um texto com 5 parágrafos curtos. Que fase!

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