sábado, 19 de julho de 2008

Divulgada capa de Death Magnetic

O site oficial do Metallica divulgou há poucos dias a capa de Death Magnetic, o aguardado novo álbum do quarteto norte-americano. E, ao contrário do que se especulou, nenhuma das imagens aqui postadas era a capa do disco. Confira a dita cuja abaixo:

Em recente entrevista ao canal de televisão VG na Noruega, o vocalista e guitarrista James Hetfield falou sobre a idéia por trás da capa e do título do novo registro.

James Hetfield: “Death Magnetic, pelo menos o título, para mim, ele tem... tinha alguma a coisa a ver com... Começou meio que como um tributo para as pessoas que sucumbiram em nosso meio de trabalho, como Layne Stanley (ALICE IN CHAINS) e um monte de pessoas que morreram, basicamente – indivíduos vitimas do rock and roll. E isso meio que cresceu a partir daí. Pensando sobre a morte... algumas pessoas são puxadas para isso, e exatamente como um imã, algumas pessoas são atraídas por ela, outras têm medo e são repelidas. E o conceito de que todos nós vamos morrer por vezes é discutido em demasia e então muitas vezes nunca conversado – ninguém quer levantar o assunto; é o grande elefante branco na sala de estar. Mas todos temos que lidar com ela em algum momento. Então esse é meio que o assunto tratado.”

DVD - Sepultura - Live In São Paulo


Review originalmente publicado no Delfos

Sabe, caro leitor, quando você sente que foi enganado? É essa a sensação que tive tão logo terminei de assistir a esse DVD do Sepultura. Pior: gastei quase quarenta reais, o que equivale a exatamente 66,6% (Hell yeah!) da minha mísera mesada, e mais duas horas e vinte minutos da minha preciosa existência para ser ludibriado, tal qual um palhaço.

Com uma atraente arte gráfica (para enganar os palhaços) o DVD, pelo menos inicialmente, agrada. Mas esse insosso contentamento vai por água abaixo quando se observa a contracapa e se constata que, apesar de duplo, o DVD tem uma duração aproximada de 140 minutos. Você não leu errado, é isso mesmo! A sensação, que antes era de engano, agora passa a ser, literalmente, de roubo. De usurpação, de extorsão e de qualquer outra palavra do gênero que o sapiente leitor consiga achar. Você, pequeno bípede apressado, já deve estar se perguntando se não vou falar do conteúdo do DVD? Claro que sim, mas não poderia deixar de salientar tamanha safadeza e desrespeito para com os fãs, os verdadeiros sustentáculos de qualquer banda do estilo. É aquela coisa: escritor sim, mas cidadão antes.

Lançado para comemorar os 25 anos do Sepultura (contados a partir do lançamento do primeiro CD, Bestial Devastation em 1985, já que a banda surgiu em 1983), umas das bandas mais inquietas e inovadoras de que se tem notícia, o DVD Live in São Paulo (eita estrangeirismo bobo!) é uma enganação. Não pelas performances individuais e nem pela participação do rapper B-Negão, que marca presença na música Black Steel in the Hour of Chaos, criando uma salada sonora deveras interessante, que só enriquece esse pobre DVD.

Andreas Kisser, dono de criativos riffs e de timbres sujos, peca, como sempre pecou, nos seus monótonos e repetitivos solos. Igor Cavalera, um dos melhores e mais originais bateristas do mundo, executa sua função com a costumeira maestria, sempre rápido, preciso e incomum. Derrick Green, por sua vez, é o ponto fraco, musicalmente falando. Não sou viúva do Max Cavalera e nem responsabilizo o Derrick por uma possível queda no nível criativo que acometeu a banda desde a sua entrada, pois isso seria uma sacanagem. Contudo, é evidente sua falta de carisma e de agressividade, um pecado em se tratando de Thrash Metal. Paulo Jr. é um baixista correto e discreto (e existe algum baixista exibicionista?), mas que não consegue preencher o vazio deixado pela ausência de uma guitarra base, o que fica explícito, quando da participação de Jairo “Tormentor” Guedz (primeiro guitarrista da banda) em Troops of Doom e Necromancer (que também conta com a participação de Alex Kolesne do Krisiun, esse sim com uma voz agressiva e ideal para o estilo. Há ainda a participação de João Gordo, na faixa Reza.

Feitas as análises protocolares, vamos à enganação em si. Ela se faz presente na duração do show, que não ultrapassa os oitenta minutos e que é ainda menor se contabilizarmos a irritante abertura, com um falatório ufanista do glorioso Zé do Caixão. Mas aí cabe outro questionamento do capcioso leitor: eles não executam 20 músicas? Não é um número respeitável? Teoricamente sim, mas o fato é que oitenta minutos é uma duração vergonhosa para uma banda do cacife do Sepultura, não importando a quantidade de músicas. Outra questão que me irrita profundamente nos shows dos caras são os constantes medleys que estupram as canções e que, invariavelmente, envolvem músicas extremamente clássicas. Nesse DVD, o descalabro é feito com Innerself/Beneath the remains e Arise/Dead Embrionic Cells, quatro músicas da maior qualidade. Ou seja, mais uma burrada que só fortalece a sensação de roubo.

O polêmico segundo DVD não traz qualquer novidade. Traz apenas um documentário assaz mequetrefe, com legendas apenas em inglês e bizarramente narrado e filmado pelo candidato a cinegrafista Derrick Green. Com imagens dispersas, amadoras e desconexas, o documentário se baseia na visão do vocalista do Sepultura e não traz nada, absolutamente nada, de relevante. É um verdadeiro exercício de paciência assistir ao documentário inteiro, tamanha a pequenez das informações contidas nas filmagens. Um tremendo desperdício se levarmos em conta que a história da principal banda de Heavy Metal do país poderia ser detalhadamente documentada e resgatada, o que deveria ser o propósito de um DVD que comemora os 25 anos do grupo. O espaço restante do segundo disco é preenchido com os clipes de Mind War, Bullet the Blue Sky e Choke e com performances ao vivo das músicas Nomad, Desperate Cry e Territory.

Não, caro leitor, não faça como esse ingênuo escritor. Não compre esse pífio e ludibriador DVD. A não ser que você seja um palhaço ou um fanático por Sepultura. Nesse caso, é só clicar aqui. Mas o alerta está dado.

Nota:4

segunda-feira, 14 de julho de 2008

Adiada turnê de Blaze Bayley


O eterno ex-vocalista do Iron Maiden, Blaze Bayley, ao contrário do que foi noticiado neste blog, não virá mais ao Brasil em Agosto para realizar uma extensa turnê de divulgação do seu novo álbum, The Man Who Would Not Die.

A razão para o adiamento das apresentações foi uma dupla hemorragia cerebral que sua esposa e manager tour, Debbie, sofreu na semana passada. Segundo o comunicado publicado no site oficial do músico, Debbie está internada em estado crítico e ainda não recuperou a consciência.

Para piorar, a nota ainda informa que o agente responsável por trazer Bayley ao Brasil, Claudio Giovanni, desapareceu com todo o dinheiro da turnê e está sendo perseguido por autoridades locais para ser capturado e acusado de fraude. Entretanto, novos acertos já estão sendo feitos para garantir a presença do vocalista no país, o que deverá ocorrer em Janeiro de 2009.

Fonte: Planet Blaze

sábado, 12 de julho de 2008

Entrevista - Edu Falaschi

Entrevista concedida ao site Whiplash

Por Maurício Dehò


Depois do reconhecimento na cena underground com o Symbols, Edu Falaschi ganhou sua grande missão em 2001. Após a debandada de três integrantes, inclusive Andre Matos, ícone da banda, seria o frontman do Angra. Oito anos e três discos depois, Edu já provou seu valor e inclusive já se dá ao luxo de dividir seu tempo e montar o Almah, projeto solo que teve seu primeiro álbum em 2006. Em 2008, com o Angra parado por problemas legais e, como ele diz, “emocionais”, é hora de esperar a poeira abaixar e aproveitar para alçar vôo ainda mais alto com o Almah. Com o companheiro Felipe Andreoli no baixo, além de novos talentos - Marcelo Barbosa e Paulo Schroeber (guitarras) e Marcelo Moreira (bateria) – ele promete para o novo trabalho. Neste papo, além de comentar com empolgação a empreitada, o vocalista explicou a situação do Angra e os problemas com Aquiles Priester, que soltou o verbo em entrevista recente à revista Roadie Crew.

Há cerca de um ano e meio você lançou o primeiro disco do Almah. A repercussão que teve te surpreendeu, baseado na sua intenção com o disco?

Edu Falaschi: O Almah eu fiz quando ainda estava no trabalho do Aurora Consurgens, com o Angra. Já era o terceiro disco com eles, além dos trabalhos com o Symbols e o Mitrium. Então, vim acumulando uma quantidade de músicas que não tinha como lançar com nenhuma das bandas. Por isso eu lancei o Almah como um projeto solo. Foi um período que eu estava muito cansado após tantas turnês e precisava dar uma relaxada. Sempre rola uma tensão com o Angra, pois é muito profissional, envolve gravadoras, a equipe técnica dos shows, então é uma tensão geral. Estava cansado fisicamente, então pensei em fazer um disco única e exclusivamente para me divertir. Eu convidei alguns amigos, tanto que gravei com músicos internacionais, Emppu Vuorinen (guitarra - Nightwish), Lauri Porra (baixo – Stratovarius) e Casey Grillo (bateria – Kamelot). Foi um disco basicamente para mim, não tinha a intenção de fazer algo comercial, alcançando o grande mercado, mas deu uma repercussão que me surpreendeu. Mas na época eu ainda estava com a prioridade no Angra. Hoje, como o Angra está parado, minha prioridade fica mais com o Almah.

Mas logo depois vocês tiveram a oportunidade da turnê. Como foi?

Edu Falaschi: Quando o Angra deu uma parada em julho de 2007, eu comecei a ter tempo de fazer alguma coisa a mais. Convidei a galera que estava comigo na época para fazermos alguns shows, até para relaxar depois da turnê do Angra, e fizemos cerca de 15. Foi legal para ver a receptividade junto aos fãs, ver como as músicas funcionam ao vivo.

E por que houve só shows no Brasil?

Edu Falaschi: Nós íamos fazer um giro na América Latina com o Vision Divine, mas aconteceram vários problemas locais com a produção e não teria como irmos. O Vision Divine aceitou na sede de tocar na América do Sul, queriam fazer de qualquer jeito, mas acabaram se ferrando. Eles chegaram a ficar abandonados no aeroporto do Paraguai. Quando eu vi que a organização podia me causar um grande problema, como ficar preso em um aeroporto (risos), percebi que era melhor cancelar.

Você teve a oportunidade de tocar em espaços menores do que com o Angra...

Edu Falaschi: Teve um show grande, que já esperávamos que fosse maior, pois ocorreu no Anime Friends, em São Paulo. Nesse tipo de evento há os fãs do Angra e os meus, até pelo lance dos Cavaleiros do Zodíaco. Mas nós ficamos surpresos, ninguém acreditava que o primeiro show do Almah teria cinco mil pessoas. A maioria dos shows foi em casas nas quais o Angra tocou em sua turnê. Em Salvador foi diferente. Tocamos num lugar que não era de Rock, era de samba e axé. O dono do local ficou meio assustado, mas abriu para fazermos o show lá. Foi uma grande surpresa, pois foram quase mil pessoas. O engraçado é que depois do show ele veio dizer que queria que tocássemos todo fim de semana (risos).

Qual a principal diferença dos shows com o Angra?

Edu Falaschi: É um clima legal por estarmos mais perto do fã. O show do Angra é caloroso, mas tem uma certa aura de ser algo maior por causa da estrutura, por chegarmos quase que na hora, é bem diferente. É mais corrido e pesado. Os do Almah foram tranqüilos, foi muito bacana de fazer por causa desta paz.

O Almah te abriu novas portas?

Edu Falaschi: Eu pude mostrar uma outra face do meu estilo de cantar, ele propiciou às pessoas ouvirem qual é a minha verdadeira voz, porque no eu tive que me adaptar. Eu sempre cantei agudo, mas no Angra a característica é ter mais desses vocais. Minha voz é diferente da do Andre Matos, mas eu não podia fazer uma mudança muito agressiva quando cheguei, então peguei esta característica que já tinha no Symbols e fiz o Rebirth quase todo nesta linha. Mas, de fato, não é a região mais confortável para eu cantar, tanto que no Symbols eu fazia às vezes. No Almah eu pude voltar a cantar como antigamente, com um estilo mais agressivo, que é mais a minha onda. Foi bom porque eu agreguei um novo público, uma galera que curte um vocal mais rasgado, e acabei surpreendendo quem não conhecia esse lado.

Você teve problemas por ter de cantar diferentemente do que estava acostumado?

Edu Falaschi: No começo do Temple of Shadows, tive um problema que praticamente me impossibilitou de cantar. Como estávamos lançando o disco, começando a gravar, eu não podia parar, até porque não sabia se ia piorar, o que aconteceria depois. Mas foi muito ruim porque fiz quase toda a turnê doente e cantando muito mal, desafinando. Mas isso, na verdade, acontece com muitos cantores. Eu deveria, de repente, ter pensado só em mim, na minha saúde, e ter parado um pouco, mas pensei na história da banda, no que estávamos fazendo e acabei me prejudicando, porque isso afeta a sua imagem. As pessoas te conhecem de um jeito e de repente você aparece não cantando tão bem...

Mas hoje você está bem?

Edu Falaschi: Quando acabou a turnê fui me tratar. Eu descansei um bom tempo e fiz tratamento. Grande parte do problema era má alimentação, que gerou um refluxo muito grande. É um mal de muitos vocalistas. Eu não tive um retorno muito bom da turnê do Temple of Shadows, mas com o último disco foi bem bacana e com o Almah melhor ainda.

Como você se sentiu tendo feito o Almah?

Edu Falaschi: O primeiro disco me realizou 100%. Ele fez o seu papel e até mais do que eu tinha pensado. Ele quebrou várias barreiras, ganhou boas notas, então cumpriu seu papel e me propiciou dar este próximo passo, que será o segundo disco.

Como está a produção do novo álbum?

Edu Falaschi: Eu sempre tive uma proposta coletiva para o Almah, nunca fui individualista de querer fazer o projeto tendo controle total, até porque quando você tem um grupo satisfeito e contribuindo, rende mais. O primeiro eu fiz quase tudo e tinha mais esta proposta do prazer. Como ele abriu várias portas para lançar o segundo, pensei que seria legal ter uma cara mais de banda, para dar força em uma turnê. No primeiro, eu senti falta de as mesmas pessoas que gravaram o disco não estarem nas apresentações. Desta vez decidi trabalhar só com brasileiros.

E como foi a escolha dos integrantes?

Edu Falaschi: Eu não quis buscar gente com nome, fui atrás de pessoas que estivessem interessadas no som e que se apaixonaram pelo Almah. E que fossem muito bons, tanto que já contribuíram muito nas composições e nos arranjos. O Paulo Schroeber foi uma surpresa, porque eu não o conhecia. Ele tem uma banda de Pantera Cover e é gente fina e um músico excepcional. Ele é amigo do Marcelo Moreira, que também é fantástico. A galera vai poder conferir mais um talento na bateria, porque temos muitos e ele vai surpreender. O Marcelo Barbosa já é mais conhecido da galera, é um guitarrista superconceituado de Brasília. E o Felipe eu nem preciso falar, na minha opinião, ele é o melhor baixista de Metal do mundo. Eu presenciei em camarim baixista de outra banda vir perguntar coisas para o Felipe ensinar. Mas fica meio chato falar quem é (risos).

Ele é a pessoa mais próxima que você teve no Angra?

Edu Falaschi: Eu sempre fui muito amigo de todos. O fato de ele estar comigo no Almah não é só pela amizade, é pela técnica, que é fantástica. Estivemos sempre juntos nestes oito anos de Angra e ele foi quem mais chegou e encorajou a fazer o projeto, quis participar. Para mim é uma honra trabalhar de novo como o Felipe.

Como está sendo a pré-produção deste trabalho?

Edu Falaschi:A pré-produção nós dividimos em semanas. O legal é que está bem no espírito de banda, temos viajado juntos, porque eu sou de São Paulo, o Felipe de Jundiaí, o Marcelo de Brasília e os outros dois do Sul. Então tinha que achar um rodízio de cada hora ir para um lugar. Essa parceria foi muito legal de viajar e compor junto, todo mundo mergulhado de cabeça no projeto.

Musicalmente, o que o disco terá de novo?

Edu Falaschi: O disco está praticamente pronto, na fase final da pré-produção, com tudo arranjado. Ele vai ter uma cara bem mais definida, será mais coeso, com as músicas se ligando mais dentro de um estilo. Será também muito mais técnico; como agora estou com bons músicos, caras virtuosos, ele saíra mais técnico, sem exageros, mas muito mais bem feito no trabalho de guitarras. Fora isso, o CD está mais rápido em comparação com o Almah, terá apenas duas baladas e o resto é bem para frente, caindo para o Metal Melódico mesmo.

Qual a previsão de lançamento?

Edu Falaschi: Setembro, no máximo. Junto com o disco, eu quero chegar com um material diferente. A idéia é lançar o CD com alguns adendos. Eu ainda não posso revelar o que é, mas não será só o lançamento do disco, terá mais coisas. A galera que curte RPG, fantasia e o pessoal do Anime vão gostar bastante, porque será um lançamento inusitado.

Pelo que você disse, será um disco conceitual então?

Edu Falaschi: Sim, ele será conceitual, tendo ligação direta com estes outros elementos. Isso pode mudar apenas se não houver tempo hábil para viabilizar o projeto completo, como estamos planejando. Se não der tempo – e eu não posso atrasar o disco por conta disso – aí será um disco com um tema mais livre, sem ter este conceito definido, já que as letras ainda não estão prontas.

Bem, não há como não lhe perguntar sobre a atual situação do Angra, que está parado. Como estão as coisas hoje?

Edu Falaschi: Isso tudo começou há mais ou menos um ano e meio, quando percebemos que o Angra tinha crescido bastante, principalmente após o Temple of Shadows. No Japão, a banda se tornou realmente grande, estando entre os cinco mais vendidos de Heavy Metal. No Brasil e na Europa também cresceu e isso pesou, porque a estrutura com que o Angra vinha trabalhando não suportava o quanto se precisava. Isso gerou uma certa tensão, muitas brigas e um descontentamento geral. Foi uma desilusão, porque nós podíamos fazer muitas coisas que não conseguíamos por causa desta administração. Foi o momento em que resolvemos parar tudo. Tínhamos que resolver muitos problemas internos, a parte emocional, entre os músicos, já que ficou bem abalada por conta também dos problemas administrativos. Decidimos parar porque tínhamos uma meta em comum, fazer sempre um negócio com qualidade, nunca diminuir o que tem sido mostrado para o público mundial durante esses 16 anos.

Como está a mudança para deixar o empresário Antonio Pirani?

Edu Falaschi: Estamos conversando, tentando acertar as coisas de uma forma bem amigável para tentar voltar a trabalhar o mais rápido possível. O Angra é muito grande, então cai nas discussões judiciais. Mas está tudo na boa, o que posso garantir é que não há mil processos e tal. Existem ações rolando, o que acontece em qualquer tipo de empresa que tem um problema assim. Mas a parte administrativa é o menor dos problemas. Apesar de ser o que gerou muitos problemas, acho que a parte interna é o que mais interessa resolver, porque não sou advogado, empresário, eu sou músico. Então para mim o que interessa é fazer boa música e para isso tenho que estar com o espírito bom, estar tranqüilo e feliz com as pessoas que estão ao meu redor. Isso é o mais importante.

Ainda nesta parte legal, vocês não podem fazer nada atualmente?

Edu Falaschi: Temos que esperar, não dá para trabalhar sem resolver isso, mas o mais importante e mais significativo é a vontade de voltar. Tendo isso, as outras coisas vão rolando paralelamente. Se a gente não tivesse vontade, ia cada um para o seu lado, mas o importante é salientar que estamos a fim de fazer. Estamos esperando apenas resolver a parte estrutural para recomeçar o trabalho.

Outro ponto importante é sobre a entrevista do Aquiles Priester na Roadie Crew. Nela, ele diz que chegou a ser agredido pelo Rafael Bittencourt, entre outras críticas. Gostaria de saber a sua versão do acontecido.

Edu Falaschi: As coisas têm de ser muito claras, não existe um lado só e as pessoas têm de ter consciência disso. O que eu gostaria de comentar é que acredito existirem alguns erros na parte do Aquiles. Um deles é tornar público problemas pessoais que não interessam para os fãs. Outra coisa que eu acho muito errada é ficar falando mal de colegas de trabalho, criticando um trabalho que ele já fez, as pessoas com quem trabalhou, como se fossem os outros todos culpados e ele não tivesse culpa de nada. Principalmente porque eu acho que o público quer é a música e não vejo porque ele quer expor isso e tentar queimar o Rafael, tentar queimar o nome e a história do Angra numa entrevista como esta. A não ser tentar se beneficiar disso, tornando o Angra algo que perca sua força e acarretando algo de positivo para a banda dele (Hangar). Eu acho que a pessoa tem que se garantir com o trabalho que ela faz, não tentar denegrir a imagem do outro para se beneficiar, tem de se garantir com o seu próprio som. A galera não quer saber se teve briga, se não teve, se um bateu no outro, nada disso interessa. No fim das contas o fã vai comprar o CD e ouvir em casa e é isso que vai gerar a ligação dele com a banda. Obviamente tivemos muitos problemas internos no Angra, são cinco pessoas vivendo quase que diariamente durante oito anos, não tem como não ter atrito. Tem atrito. E são cinco homens, o homem já tem o ímpeto do lado mais agressivo e uma hora você pode perder a razão e partir para um lado que não é o ideal. Uma coisa bem básica é que não existe um lado e não existe santo nesta história. Realmente existiram problemas chegando quase que às vias de fato, mas não foi de graça, as pessoas não podem ser tão ingênuas e falar “nossa, o Rafael é tão violento”, só porque o Aquiles mudou uma parte no show. Pelo amor de Deus, o Rafael é um pai de família, o cara já está na estrada há muitos anos, sabe como conduzir uma banda. Então, se aconteceram problemas neste sentido, não foi de graça. Não vou falar coisas que aconteceram por parte do Aquiles, porque eu iria contra o que disse anteriormente. Se ele não está contente, não suporta mais, tem de conversar com a gente, assim como fizeram os outros três integrantes: não estavam mais a fim, foram íntegros, montaram a outra banda, que foi o Shaman, e foi cada um para o seu lado.

Você disse que ainda se precisa trabalhar a parte emocional. Esse é o problema então?

Edu Falaschi: Basicamente é com o Aquiles, isso que está sendo exposto por ele mesmo. E eu acho que deveria vir da parte dele dizer que não está satisfeito, vamos desejar boa sorte para ele. Ele comentou na entrevista que ainda tem um contrato com o Angra. É fácil resolver isso, só falar que não quer mais fazer, rescinde-se o contrato e pronto. Agora se o problema é a parte financeira, aí a conversa dele é com o empresário. Mas eu acho que a música sempre tem de falar mais alto, porque só fazemos isso.

Mas ele ainda está no Angra?

Edu Falaschi: Como ele mesmo disse, ele está no Angra, mas precisa resolver esta pendência emocional com a gente. Criou-se um mal-estar muito grande por causa destes problemas, como ele mesmo expôs. Nós quatro – eu, o Kiko, o Rafael e o Felipe - estamos tranqüilos, não vou falar que nunca tivemos problemas e que sempre foi tudo 100%. Só que sempre sentamos, conversamos e discutimos que o maior valor é a música. Eu fiquei contente com as nossas conversas, foi muito legal ver o Kiko e o Rafael dizendo que estão supercontentes de estarmos juntos e que eles querem que a gente se una para fazer a banda crescer ainda mais. Então foi muito bom perceber que eles estão pensando no futuro.

Você acha que há clima para o Aquiles voltar?

Edu Falaschi: Eu acho que não, até mesmo por parte dele. Para o cara chegar neste ponto de declarar na mídia o que ele disse, não tem condição nenhuma. Estamos fazendo música, se o cara não está feliz, não tem como tocar com ele. Pessoalmente, o Aquiles nem vai tocar mais no Almah, nem ele nem o Fábio Laguna, que está com ele no Hangar. Decidi não o ter mais como parte integrante da banda, porque eu precisava de gente com espírito de banda e o Aquiles é muito ligado às coisas dele. O Hangar é dele, ele é o chefe, o dono. Então, provavelmente só vai poder fazer parte de uma banda em que seja o dono. Tornou-se impossível ele continuar no Almah e acho difícil a continuação no Angra.

É difícil trabalhar com Kiko e Rafael?

Edu Falaschi: Não, você tem que saber lidar. O Kiko e o Rafael são duas pessoas ultra-experientes neste meio, ensinaram muito para mim, porque quando eu cheguei eles já tinham oito anos de banda, com um nome internacional. E fui aprendendo a lidar com eles, mas também com o Felipe, o Aquiles, porque cada um tem um jeito. Mas trabalhar com eles é tranqüilo, precisa saber trabalhar, entender que cada um é cada um e respeitar as opiniões diferentes. Nunca teve imposição de não poder fazer alguma coisa, como as letras. O fato de o Rafael fazer a maioria das letras, que é algo que o Aquiles comentou, é que quando chegamos o Rafael já tinha o conceito de reconstrução para o Rebirth e, no Temple of Shadows, ele apresentou outro projeto muito legal. A minha contribuição foi na parte musical, instrumental. Foi o caso de Nova Era, Heroes of Sand, The Course of Nature, que escrevi a letra, Bleeding Heart e Spread Your Fire. Então sempre houve liberdade, tanto que todas as primeiras faixas dos álbuns são minhas. Se o Kiko e o Rafael fossem egoístas, a primeira música, que é o “carro-chefe”, não seria minha. Existe uma posição deles de ter um poder maior de decisão, mas eles estão na banda há 16 anos, é natural.

Você acredita que teremos algo do Angra ainda em 2008?

Edu Falaschi: Estamos tentando fazer alguma coisa acontecer. Devemos ter uma resolução judicial este ano e temos fé que poderemos recomeçar a trabalhar em 2008. Ainda não posso garantir em que mês, mas espero que seja em breve. Depois que eu gravar o disco com o Almah, teremos tempo de voltar a trabalhar juntos, que é o que queremos fazer. Mas agora, obviamente, eu vou fazer um trabalho maior com o Almah, então terei mais tempo com a banda e, se rolar alguma coisa do Angra, penso que serão coisas mais especiais e não uma turnê realmente. Devemos voltar mesmo, com trabalho novo e excursionando mundialmente, a partir de 2009.

No início da entrevista você disse que o Almah é sua prioridade. Se o Angra voltar à situação normal, isso se inverte?

Edu Falaschi: Prioridade de tempo, agora, é o Almah, porque o Angra não tem como fazer nada. Mas na hora que se acertar e recomeçarmos a trabalhar, a prioridade, é claro, é o Angra. É até bom deixar claro.

Edu, obrigado pela entrevista. Fica aberto o espaço para você.

Edu Falaschi: Primeiramente, gostaria de agradecer aos leitores do Whiplash. Para o segundo semestre virá um grande disco do Almah, estamos contentes com os resultados e a galera pode esperar um disco no mínimo empolgante. Espero ver todo mundo nos shows. Falando mais especificamente aos fãs do Angra, muito obrigado pelo apoio, é muito importante neste período ter um apoio destes. É aí que vemos quem são os verdadeiros fãs, o quanto eles são importantes para a gente e o quanto somos para eles. Então, espero que as coisas se resolvam em breve. Um grande abraço pra galera do Metal e que continuem apoiando as bandas do Brasil, porque ainda temos que crescer muito!

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Comentários

Antônio Pirani é empresário do Angra e dono da Rock Brigade. Foi por essa relação promíscua que Andre Matos e o Shaman passaram um bom tempo sem dar entrevistas à publicação supracitada. Andre alegava que a Rock Brigade dava muita atenção ao Angra e deixava o Shaman de lado. Segundo ele, nenhum repórter ou representante da revista cobriu a coletiva em que se anunciou a formação do Shaman. O atrito entre as duas partes só acabou recentemente quando Andre abriu o jogo na entrevista da edição 257 da publicação.

Atualmente, o Angra está paralisado. De acordo com o comunicado publicado ano passado no site oficial da banda - que, por sinal, está fora do ar - a inatividade se dá porque o grupo está passando por uma mudança no empresariamento e em toda a sua estrutura administrativa, o que envolve questões judiciais que extrapolam o papel dos músicos. Pelo que se sabe, parece que Antônio Pirani não quer mais ser o dono da marca Angra. A razão é, ainda, um mistério.

O que já ficou muito claro é que a música pesada está produzindo mais uma novela. A solidariedade, a fraternidade e a união, temas tão defendidos nas letras de Heavy Metal, parecem ser, cada vez mais, valores cultuados apenas da boca para fora. A provável saída de Aquiles Priester - o baterista, além de já ter brigado fisicamente com Rafael Bittencourt, está insatisfeito com uma suposta "ditadura" criativa exercida pelos membros mais antigos- só confirma esta tese.

sexta-feira, 11 de julho de 2008

Entrevista - Hangar

Para quem quer conhecer um pouco mais a carreira do Hangar, aí vai a entrevista que a banda concedeu à edição 45 da revista Comando Rock. Amanhã, publico aqui uma entrevista em que Edu Falaschi esclarece a situação atual do Angra e comenta as declarações do baterista Aquiles Priester.
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Com a turbulência e a inatividade momentânea do Angra, o baterista Aquiles Priester e o tecladista Fábio Laguna conseguiram tempo para o lançamento do terceiro álbum The Reason of Your Conviction, que marca mudanças na direção musical e na estrutura do quinteto.

Manter duas bandas em atividade ao mesmo tempo não é tarefa fácil, por isso o baterista Aquiles Priester (que também comanda as baquetas do Angra) e o tecladista Fábio Laguna (músico convidado no mesmo Angra) tiveram dificuldades para lançar o novo álbum do Hangar. The Reason of Your Conviction – terceiro disco do grupo – chega às lojas trazendo novidades depois de seis anos do lançamento anterior.

O sucessor de Inside Your Soul (2001) tem como característica a sonoridade mais pesada e repleta de novas influências. O registro também é o primeiro trabalho conceitual feito pelo quinteto, sendo que todas as letras foram escritas pelo baterista (o que chama a atenção pelo fato de não se repetir no Angra). O conteúdo aborda a história de um sujeito que, após ficar adormecido, começa a sofrer alucinações.

O novo material também marca a entrada do novo vocalista Nando Fernandes, que substituiu Michael Polchowicz. O antigo integrante decidiu deixar a banda devido às mudanças sonoras propostas em The Reason of Your Conviction. Ainda completam o quinteto o guitarrista Eduardo Martinez, o baixista Nando Mello e o tecladista Fábio Laguna (músico convidado do Angra). O trabalho também conta com algumas participações especiais, entre elas a dos vocalistas Arnaldo Antunes (ex-Titãs) e Vitor Rodrigues (Torture Squad). Com o lançamento nas lojas, a banda prepara uma longa turnê de divulgação, que pode se tornar a primeira excursão internacional do conjunto.

A Comando Rock conversou com exclusividade com os integrantes do Hangar, que contaram sobre o lançamento do álbum The Reason of Your Conviction, o complexo e intrigante conceito do CD, o fato de Aquiles escrever todas as letras do disco, as participações especiais e os planos para o futuro. O grupo também falou sobre como conciliam seus diversos projetos paralelos e o baterista explicou os planos de lançar uma autobiografia, que deve abordar os bastidores do Angra. Aliás, o músico também comentou um pouco dos problemas enfrentados pelo seu outro conjunto, que está oficialmente dando um tempo.

Comando Rock: O quinteto está lançando o novo álbum The Reason of Your Conviction. Uma característica muito marcante no novo trabalho é o desprendimento de rótulos, pois o conjunto conseguiu agregar influências distintas como erudito e thrash metal.

Fábio Laguna: Espontaneidade é a chave para um trabalho consistente e duradouro. Não sabíamos como soaria depois de pronto. Fizemos as canções de forma livre agregando as influências de cada um, que são muito distintas entre os integrantes. O único rótulo comum a todos é a música pesada. Aliás, desprender-se de rótulos é a coisa mais louvável que uma banda pode fazer e, se você conseguiu enxergar isso em nosso trabalho, fico lisonjeado. Quando ouço um grupo novo é exatamente essa característica que procuro, senão prefiro ouvir os que souberam inovar há muito tempo.

Aquiles Priester: Só a banda sabe o que passou para ter este trabalho pronto. Foi um processo muito lento devido a nossa agenda com o Angra na época. Outra coisa que contribuiu para isso foi a distância física, pois somente eu e Fábio estávamos em São Paulo, os demais moram em Porto Alegre. Quando nos encontrávamos, fazíamos intensivos de quase 12 horas tocando e convivendo todo aquele processo mágico que cada conjunto sabe qual é o seu. Quando surgia uma nova idéia, ficávamos por horas trabalhando para achar as demais idéias para completar a composição. Nunca tivemos um modo de compor padrão. Tivemos várias formas diferentes e o mais importante de tudo é que temos muito orgulho deste novo CD.

Comando Rock: The Reason of Your Conviction é o primeiro registro conceitual feito pelo grupo. Por que decidiram seguir nesta direção?

Nando Fernandes: Isso foi uma idéia antiga do Aquiles, na qual ele através dos anos se preparou para escrevê-la, lendo muitos livros e assistindo a vários filmes sobre o tema.

Fábio: As músicas são muito densas e carregam uma atmosfera depressiva e neurótica. Isso é heavy metal! Optamos por explorar um tema específico durante todo o disco e falar sobre um serial killer como algo “natural” do ser humano foi uma escolha brilhante. Somos animais, como qualquer outro ser vivo que luta pela sobrevivência, e às vezes alguns de nós confundimos o sentido disso, especialmente num mundo tão conturbado como o atual. Não fazemos apologia à maldade, mas o Aquiles escreveu muito bem sobre o que todos nós temos de mal.

Comando Rock: Como se não bastasse a dificuldade de se criar um disco conceitual, a banda optou por uma temática bastante complexa sobre um sujeito que, após ficar adormecido, começa a sofrer alucinações.

Aquiles: Quando apresentei a idéia para a banda, todos ficaram com receio do tema, pois parecia um tanto limitado. Isso é o retrato da mente de um serial killer e como ele age estrategicamente. Achamos uma ligação forte entre a forma como este indivíduo age e pensa e a nossa música. O prefácio geral do disco explica bem o que queremos dizer. Resumindo de forma bem objetiva, no grupo temos uma maneira de pensar e agir que faz parte de um mundo nosso, um mundo em que realmente acreditamos.

Comando Rock: Outra coisa que chama a atenção nas letras é que todas foram escritas pelo baterista Aquiles Priester. Apesar de já ter contribuído antes, o baterista não tem a mesma oportunidade no Angra, o que é realmente curioso pela qualidade do material.

Aquiles: Estudei muito o assunto através de livros e filmes. Primeiro lia o livro e depois assistia ao filme, dessa forma conseguia entrar na estória e viver a sensação de cada personagem. No livro é ainda mais fantasioso, pois você precisa imaginar a história toda e até devanear como seria o personagem. Cheguei à conclusão que algumas vezes o livro é muito melhor que o filme. Até hoje, quando estou revendo algum filme, consigo identificar partes das letras que foram inspiradas nele. Sabia que teria de dar muitas explicações sobre esse assunto quando as pessoas vissem que tinha escrito todo o conceito e todas as letras do novo disco. Nunca pude fazer isso no Angra por diversas questões, mas a principal é porque a banda sempre teve excelentes compositores e talvez meu estilo não se adaptasse. O estilo musical do Hangar não tem nada a ver com o Angra e por isso sempre fez sentido manter o grupo ativo nesses dez anos.

Comando Rock: O novo CD também marca a estréia do vocalista Nando Fernandes. Como foi a adaptação ao novo integrante?

Fábio: Uma troca de integrante é uma fase maluca dentro de uma banda. A parte musical é sempre a mais fácil de ser resolvida já que a escolha do novo integrante é feita principalmente pelas qualidades musicais que ele pode trazer. Nos demais quesitos, como personalidade, manias, temperamento, só posso dizer que o Nando caiu como uma luva. Ele é uma pessoa carismática e aberta. Musicalmente sou suspeito para falar, porque para mim ele é o melhor vocalista do Brasil. Ele trouxe vida para o disco interpretando todas as canções com muita paixão.

Aquiles: A cada frase que gravávamos com o Nando, percebia que tínhamos perdido a ingenuidade, que agora poderíamos ter finalmente um grande álbum. As músicas precisavam de uma grande interpretação vocal e ele conseguiu fazer isso de forma maravilhosa. O alto astral do Nando é contagiante e temos nos divertido muito em tudo que fazemos. Estamos atravessando uma grande fase e tenho certeza de que nosso relacionamento sempre será preservado acima de tudo.

Comando Rock: O novo vocalista assumiu a vaga deixada por Michael Polchowicz, que inclusive trabalhou nos arranjos de algumas músicas presentes neste CD. Por que ele deixou o grupo?

Nando Mello: O amadurecimento natural das composições fez com que o nosso direcionamento musical ficasse cada vez mais distante do proposto inicialmente. Esta diferença fez com que ele se sentisse a vontade para deixar a banda. Ainda somos grandes amigos e respeitamos muito o trabalho que ele realizou junto com o Hangar.

Fábio: O Hangar acabou ficando pesado demais para o Mike. Ele tem uma voz maravilhosa, um timbre único. Mas, tanto ele quanto todos no conjunto perceberam que havia algo errado na química instrumental e vocal. Ele continua tendo um grande valor para a história do Hangar e vai ser sempre um grande amigo para todos nós.

Aquiles: O Mike mostrou que seu amor pelo Hangar estava acima de tudo. Quando tivemos problemas com as gravadoras com a demo deste disco, ele foi o primeiro que se manifestou para deixar o grupo. Temos grande estima pelo Mike, que abriu mão da sua participação no conjunto para que pudéssemos ir adiante, para que tentássemos chegar aonde sonhávamos quando ainda nem tínhamos gravado o primeiro CD.

Comando Rock: O novo trabalho conta também com algumas participações especiais. A primeira delas e que mais chama a atenção por não ter uma ligação direta com o heavy metal é o vocalista Arnaldo Antunes (ex-Titãs). Como surgiu a oportunidade?

Aquiles: Vi o Arnaldo narrando um texto num estúdio de um amigo meu e fiquei assombrado. Antes de ver a gravação, li o texto que parecia normal... Quando vi o resultado final, perguntei para ele se aceitaria gravar alguma coisa num disco de heavy metal e ele respondeu: “me chama que eu vou”! A partir dali percebi que a introdução deveria ser algo diferente do usual, que poderíamos chamar mais atenção das pessoas se fizéssemos narrações, pois isso combinaria muito bem com todo o clima do CD. Expliquei a idéia inicial para o Fábio e ele tocou umas linhas de cello muito assombrosas e foi fácil imaginar o resto. Fiquei muito lisonjeado quando Arnaldo falou que tinha adorado a frase: “e finalmente encontrei a paz através da dor e do sofrimento, de alguma forma a dor de dentro dos seus olhos é apenas o começo...” O que mais me chamou atenção foi a forma como ele se concentrava para gravar os takes, pois parecia que estava em outro mundo.

Comando Rock: Outro vocalista que marca presença no novo CD é Vitor Rodrigues (da banda de thrash/death metal Torture Squad). Como foi contar com os seus agressivos vocais?

Aquiles: O Vitinho já tinha participado até da demo na época que o Mike era nosso vocalista. Ele soube trazer sua interpretação para dentro da música e, além disso, temos grande respeito pelo trabalho do Torture. Se existe uma banda que merece reconhecimento são esses caras. Sou fã incondicional deles em todos os sentidos.

Comando Rock: O novo disco chega às lojas seis anos depois do antecessor Inside Your Soul. Por que deste longo período sem lançamentos?

Fábio: O Hangar não é uma empresa. É uma banda de verdade. Não iremos lançar CDs por exigência de gravadora, nunca! Entre o Inside Your Soul e o The Reason of Your Conviction todos seguiram suas vidas, com seus trabalhos.

Aquiles: Talvez se tivéssemos lançado o sucessor de Inside Your Soul antes não estivéssemos prontos para fazer um disco como este. Um álbum complexo como este não é tão fácil de ser escrito. Todos esses anos de experiência nos ajudaram a encontrar um bom equilíbrio entre as partes técnica, musical e melódica.

Comando Rock: Todos os integrantes do Hangar possuem muitos projetos paralelos, em alguns deles vocês chegam a se encontrar. Como conseguem conciliar tantos projetos?

Fábio: Ao contrário da maioria das bandas, nas quais a “ciumeira” interna rola solta, no Hangar os projetos paralelos são bem-vindos. Para mim, eles são uma fonte de amadurecimento e crescimento musical, que no final das contas será usado no Hangar. Para conciliar a vida pessoal de cada um, nada melhor do que um bom planejamento e um direcionamento. Temos de saber a hora certa de concentrar as energias nesse ou naquele projeto e no momento o foco principal é o Hangar.

Comando Rock: Aquiles, falando em outros projetos, depois de escrever todas as letras do novo álbum, você também está escrevendo livros. O primeiro lançamento Inside My Psychobook é direcionado a bateristas abordando a técnica de dois bumbos.

Aquiles: Esse livro é uma espécie de enciclopédia de dois bumbos e traz 100 grooves com dois bumbos, sendo que muitos deles já foram usados em músicas que gravei. Além desses, têm muitas levadas inéditas que nunca foram usadas. Espero que neste ano consiga gravar um DVD aula abordando a parte técnica e também explicando um pouco a forma como componho na bateria.

Comando Rock: Você também promete lançar uma autobiografia, na qual deve revelar tudo que aconteceu em sua vida inclusive os bons e maus momentos ao lado Angra. O que pode nos adiantar sobre o projeto?

Aquiles: Já estou fazendo isso há quase dois anos. Dá muito trabalho falar de si mesmo e ainda ser completamente imparcial. Tenho medo que as pessoas confundam isso com uma revista sensacionalista que vai falar mal do Angra de forma pejorativa. O livro vai contar a história da minha vida desde que nasci e o Angra está inserido nela. Vou relatar de forma adulta os acontecimentos que vivi na banda. Tem dois escritores e um repórter de música juntos no projeto e eles estão selecionando as melhores partes. Já estamos na fase de compilação de fotos e material raro e só falta uma entrevista para finalizar tudo. Será um livro muito rico em detalhes em todos os sentidos.

Comando Rock: Falando em seu outro grupo, o Angra está oficialmente dando um tempo. Porém, há rumores de que a banda estaria passando por momentos difíceis, inclusive com problemas com os empresários e até a possibilidade de mudanças dentro do conjunto.

Aquiles: Isso tudo é verdade e não é novidade para mais ninguém. O grupo está estudando a troca do empresário e isso é tudo que sei, pois não tenho sido chamado para as reuniões nos últimos meses. Essas coisas são bem demoradas, pois envolvem todo o histórico da banda. Não sou dono da marca Angra e nem sócio, por isso não posso falar mais nada sobre o assunto. Acho que os integrantes fundadores são as melhores pessoas para dar alguma explicação. Qualquer coisa que falasse seria sem fundamento nenhum, portanto, prefiro ficar quieto até que saiba o que devo falar.

Comando Rock: Pensando na continuação da carreira do Hangar, quais são os demais planos para o futuro do quinteto?

Aquiles: Temos boas chances de fazer turnês fora do País e isso tem nos deixado muito felizes. Queremos gravar um DVD em algum lugar nesta turnê e ainda gravar um novo álbum até o final deste ano. Já temos vários fragmentos de novas músicas e vamos começar a compor novo material nas folgas que tivermos. Ainda é muito cedo para dizer alguma coisa mais concreta, mas estamos muito confiantes neste CD, pois figurou bem na lista dos 50 mais vendidos de metal no Japão ano passado.

Hangar em Salvador



O Hangar, banda liderada pelo baterista Aquiles Priester (Angra), estará em Salvador no dia 27 (domingo) de Julho, às 18 horas, na Boomerangue (Rua da paciência, 307, Rio Vermelho) para apresentar ao público soteropolitano a The Conviction Tour. No evento promovido pela rádio Rock Freeday, a banda gaúcha, formada também por Nando Fernandes (vocal), Eduardo Martinez (guitarra), Fábio Laguna (teclados) e Nando Mello (baixo), tocará as músicas do seu mais novo e elogiadíssimo álbum, The Reason Of Your Conviction.

Os ingressos estão à venda no Andarilho Urbano, no Phnx Athelier e na Smile Stamps. O valor é de R$20 para a pista e de R$30 para o camarote.

Mais informações pelos telefones: (71) 8874-7900 ou (71) 8762-1462

quarta-feira, 9 de julho de 2008

Manowar faz o show mais longo da história da música pesada

Traduzido, com pequenas modificações, do site Sofiaecho.com

O Manowar tem mais um motivo para reforçar o título de banda mais true do Heavy Metal. No dia 5 de Julho, no Kaliakra Rock Festival 2008, na Bulgária, o show dos lendários reis do metal durou 5 horas e 1 minuto. A performance representou a tentativa da banda de quebrar o recorde mundial do maior concerto de Heavy Metal, marca que eles próprios estabeleceram na edição do ano passado do festival.

Joey DeMaio, Eric Adams, Karl Logan e Scott Columbus extasiaram uma platéia de 20 mil pessoas com uma setlist de mais de 40 músicas em uma seleção que englobou todos os álbuns de estúdio e passeou por toda a história da banda.

Este ano, os auto-proclamados reis do metal prometeram aos fãs búlgaros bater a apresentação do ano passado de 3 horas. Para testemunhar o inusitado feito, foram especialmente convidados representantes do Guiness - Livro dos Recordes.

Como no ano passado, a audiência foi aquecida pela HolyHell, banda de power metal empresariada por Joey DeMaio. O grupo de abertura tocou composições próprias de seu vindouro CD e covers de hits do Aerosmith e do Dio.

Às 9:50 da noite, o Manowar subiu ao palco. A banda começou o concerto com clássicos de seus primeiros álbuns, como Heavy Metal Daze, Fast Taker, Death Tone, Dark Avenger, Kings of Metal e tantos outros.

"Bulgária, nós dedicamos este show a vocês", disse DeMaio durante os intervalos entre os clássicos. "Onde estiver escrito no livro do recordes sobre o mais longo show de Heavy Metal, estará escrito que foi o concerto do Manowar na Bulgária", completou o baixista e principal compositor do quarteto.

No auge da apresentação, uma orquestra clássica de cordas e um coro da Filarmônica de Sofia se juntaram aos músicos para executar algumas de suas mais famosas composições, como Warriors of the World, Hail and Kill e Defender. Na frente do público búlgaro, o Manowar tocou pela primeira vez o seu novo single, Die With Horror.

Como um sinal de gratidão aos presentes, o grupo tocou ainda o hino da Bulgária, continuando depois com a balada sinfônica, The Crown and The Ring, sob chamas de fogos de artifício.

Quando os últimos sons da canção desapareceram, depois de ininterruptas quatro horas e meia de performance, o Manowar anunciou que um novo recorde havia sido estabelecido. Os fãs, então, interpretaram a mensagem como um adeus e começaram a abandonar o Estádio Kaliakra. Entretanto, para a surpresa e para o deleite de seus admiradores, os reis do metal retornaram para mais trinta minutos de apresentação. Era o que faltava para os presentes entrarem em estado de êxtase.

sábado, 5 de julho de 2008

Off Topic: Winehouse divide críticos


Abaixo, estão dois minúsculos reviews sobre o show de Amy Winehouse no Rock In Rio Madri. O primeiro, não assinado, foi produzido pela Agencia EFE e saiu no UOL. O segundo, escrito por Jotabê Medeiros, saiu no site do Estadão. Detalhe: as opiniões são quase que completamente opostas. Com exceção do fator empolgação do público, as resenhas divergem em todos os outros pontos.

Confira:

Amy Winehouse faz o show mais esperado do Rock in Rio Madri


Madri - Amy Winehouse não conseguiu encontrar seu ponto de equilíbrio e muito menos de entonação, mas entusiasmou o público do Rock in Rio Madri desde seu primeiro gole de álcool durante sua apresentação no evento.

Não era a artista mais importante, mas a atração mais esperada do festival realizado em Arganda del Rey e pelo qual hoje passarão mais de 75.000 pessoas, em uma noite que será encerrada pela cantora colombiana Shakira.

Desprovida de todo argumento musical, Winehouse não desapontou os presentes, que não esperavam virtuosismo, mas algo de mórbido no comportamento errático da britânica.

Havia muita expectativa após o fiasco de sua atuação no Rock in Rio Lisboa e seu recente ingresso em um hospital britânico por causa de um enfisema --doença pulmonar que acometeu a cantora.

Amy entrou no palco quase sem carisma nem voz e foi acompanhada por uma banda de nove músicos, dois dos quais a salvaram em várias ocasiões.

A ironia geral chegou a seu nível mais alto quando o público cantou com ela o "no, no, no" de sua conhecida música Rehab -- canção na qual Winehouse se nega a se desintoxicar. A cantora também esqueceu boa parte da letra de A message to you, Rudy, versão para tema clássico do grupo The Specials.

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Amy Winehouse faz show empolgante no Rock in Rio Madri

Tomando taças de vinho e outro líquido indeterminado, ela faz show emocionante e sai sob forte aplauso.

MADRI - Ela chegou trôpega, com o cabelo montado e o famoso coque, e no meio do cabelo tinha um coração escrito Blake, o nome de seu marido. O diretor de TV Jodele Larcher, que filma os shows do Rock in Rio e adora Amy, comentou: "Eu tinha certeza. Ela é maluca mas não rasga dinheiro".

Sim, Amy Winehouse fez seu show na noite desta sexta-feira, 4, no Rock in Rio Madri, e fez um showzaço. Ela parece uma taça de crystal esquecida na beirada de um balcão de pub - a qualquer momento vai se espatifar. Mas a voz quebradiça não é empecilho para ela cantar de um jeito cortante, viral, essencial - na voz e no olhar bêbados de Amy dá para ouvir um monte de outras coisas, da insolência de Nina Simone ao desespero de Billie Holiday.

Mal terminou a primeira música, ela fez sinal para o fundo do palco e entrou um assistente com um copo gigante de vinho, que ela exterminou antes de terminar a terceira música. O público do Rock in Rio desconfiou e gritou: "Sangria! Sangria!". Sim, sangria que passarinho não bebe. Ela abraçou com carinho o vocalista de apoio que usa dreads depois de cantar Love is a Losing Game. Após beber o primeiro gole da segunda taça (de um líquido indeterminado), ela lambeu o líquido que transbordou nos dedos.

No braço da guitarra branca dela está escrito Amy Woo. Ela ergue a barra do vestido quando canta algumas músicas, e dá medo de ela erguer tudo. O olhar dela é triste para cacete, mas ela canta como um anjo, e ainda por cima parece ter um domínio absurdo da situação toda - coordena toda a banda, não erra entradas, é uma magistral bandleader. E que banda!

Amy começou sua apresentação no festival com Addicted, que foi seguida por Just Friends, Tears Run Dry e Cupid. Back to Black, música que dá nome ao seu segundo álbum, de 2006, foi a quinta tocada pela britânica. O repertório do show em Madri contou ainda com Wake up Alone, Unholy War, Love is a Losing Game, Hey Littel Rich Girl, Rudy, You´re Wondering Now, You Know I´m no Good. Para fechar, a maluca cantou seu maior sucesso, Rehab, além de Me & Mr. Jones e uma versão de Valerie, do grupo The Zutons.

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Comentários

Como nunca vamos saber quem, neste caso, está vendendo gato por lebre, resta destacar algumas metáforas e expressões risíveis que o glorioso Jotabê Medeiros escreveu em sua patética resenha.

Em negrito, suas ''melhores'' sacadas.


"Ela parece uma taça de crystal esquecida na beirada de um balcão de pub - a qualquer momento vai se espatifar"

''O público do Rock in Rio desconfiou e gritou: "Sangria! Sangria!''.Sim, sangria que passarinho não bebe

''Ela abraçou com carinho o vocalista de apoio que usa dreads...'' – Essa informação é, realmente, imprescindível.

''Ela ergue a barra do vestido quando canta algumas músicas, e dá medo de ela erguer tudo'' – Dá medo?

''O olhar dela é triste para cacete, mas ela canta como um anjo...'' – Quanta poesia...

Para completar, o crítico conseguiu a façanha de usar o pronome ''ela'' 11 vezes em um texto com 5 parágrafos curtos. Que fase!

sexta-feira, 4 de julho de 2008

Top 5 - Letras de Heavy Metal

O Heavy Metal não é um gênero musical diferenciado e fascinante apenas pela excelência instrumental de suas bandas. É certo que os riffs inventivos, as melodias cantáveis e o peso são os principais atrativos do estilo. Contudo, não são os únicos. As letras, que têm como temática desde guerras e religiões - temas quase que obrigatoriamente relacionados - até fantasia, política e literatura clássica, são, sem dúvida, outros grandes chamarizes. Abaixo, reproduzo e comento as cinco letras que, neste exato momento, considero as mais relevantes do estilo.


5 - Motorhead - We Are Motorhead


We shoot power to your heart, a mighty thunderbolt

We charge all batteries, we save your soul

We don't know when we're licked,

But we turn lead into gold

We know alchemy, we bring you rock and roll

We are the ones you love, or we're the ones you hate

We are the first and we just still might be the last

We are Motorhead - born to kick your ass

We bring the firestorm to brighten up your life

We mend all broken hearts, we cure all pain

We bring you attitude and razor teeth to bite

We bring machine gun law and we're the ones to blame

We are the ones you need, the ones that you despise

We are the ones who wanna poke you in the eye

We are the future, baby, used to be the past

We are Motorhead and we don't have no class...

We bring you UFOs, saucers in the sky

We shoot you full of noise, we aim to kill

We burn like motherfuckers, spit right in your eye

We fight authority, we glorify free will

We are the ones you heard of, but you never heard

We are electric prophets, here to twist the world

We are the flame at night, the fire in the trash

We are motorhead, we are motorhead

We are motorhead, we are motorhead

We are motorhead, we are motorhead

Por que está aqui: Nenhuma banda conseguiu se definir e se caracterizar tão fielmente quanto o Motörhead. We Are Motorhead é a síntese perfeita de um grupo que nunca abriu mão de suas convicções e que sempre seguiu um estilo sujo, cru, agressivo e desbocado. Se você não se identificou com a letra por qualquer que seja o motivo, nem adianta se arriscar: o Motorhead nunca será uma de suas bandas preferidas.



4 – Dream TheaterIn The Name Of God

How can this be?

Why is he the chosen one?
Saint gone astray
With a scepter and a gun
Learn to believe
In the might and the strong
 
Come bleed the beast 
Follow me it won't be long
Listen when the prophet
Speaks to you
Killing in the name of God
 
Passion
Twisting faith into violence
In the name of God
Straight is the path
Leading to your salvation
Slaying the weak
Ethnic elimination
Any day we'll all be
Swept away
You'll be saved
As long as you obey
 
Lies
Tools of the devil inside
Written in Holy disguise
Meant to deceive and divide
Us all
 
Blurring the lines
Between virtue and sin
They can't tell
Where God ends
And mankind begins
 
They know no other
Life but this
From the cradle
They are claimed
 
Hundreds of believers
Lured into a doomsday cult
All would perish
In the name of God
 
Self-proclaimed messiah
Led his servants
To their death
Eighty murdered
In the name of God
 
Forty sons and daughters
Un-consenting plural wives
Perversions
In the name of God
 
Underground religion
Turning toward
The mainstream light
Blind devotion
In the name of God
 
Justifying violence
Citing from the Holy Book
Teaching hatred
In the name of God
 
Religious beliefs
Fanatic obsession
Does following faith
Lead us to violence?
 
Unyielding crusade
Divine revelation
Does following faith
Lead us to violence?


Por que está aqui: Porque criticar as religiões, um dos maiores males da humanidade, é sempre saudável. E em In The Name Of God, o Dream Theater faz isso de forma bem satisfatória, apontado as contradições e os prejuízos que as religiões carregam em si. O único defeito da letra – eis a razão para ela não ocupar uma posição melhor – é tratar o tema com uma excessiva e desnecessária seriedade. Já passou da hora de desmascarar essas crenças infantis. E desmascarar significa não só tirar a Bíblia e os outros livros sagrados da condição de guias morais da humanidade – onde está a moral quando se apóia a homofobia, o racismo e a escravidão? -, mas também tratar sempre a religião com uma pitada de chacota e humor, porque este é um tema que, definitivamente, deve ser levado a sério tanto quanto um conto de fadas. Se assim fosse, a humanidade seria menos sanguinária, violenta e repulsiva.


3 – Gamma Ray
Heavy Metal Universe
We're the masters of the wind
We're demons left in howl
we're the undefeated warriors
we have heard the call

We're the keepers and the leaders
of the only thing we love
we're the saviours
and protectors from above
 
In our sky there is no limit
and masters we have none
heavy metal is the only one
 
[chorus]
'cause it's a heavy metal universe
with a heavy metal sound
masters of the thunder
shake you to the ground
it's heavy metal thunder
and it's never going down
flying 'cross the universe
we're heavy metal bound
we're heavy metal bound
 
With a burning hot desire
like a supersonic blast
we have come to show the world
that we have come to last
 
There ain't no way to stop us
and you'll never kill our pride
'cause it's not only music
it's a chosen way of life
 
And our world has got no borders
and in union we all stand
'cause heavy metal is our promised land
 
See my hands held to the sky
let me rock you 'till forever
raise your voice we're soaring high
swear allegiance now or never
burning up we build a flame
as we speak the oath together
metal is our way forever...
 

Por que está aqui: Além de ter sido a inspiração para o nome deste blog, Heavy Metal Universe é uma bela homenagem ao Heavy Metal e aos Headbangers. Em tempos de discriminações dos mais diversos tipos, a música ainda é uma das poucas coisas capaz de unir e alegrar as pessoas. E Heavy Metal Universe, uma metalinguagem, é isso: a celebração da união através do Heavy Metal.


2 – Iron MaidenHallowed Be Thy Name
 
I'm waiting in my cold cell, 
when the bell begins to chime.
Reflecting on my past life 
and it doesn't have much time.
'Cause at 5 o'clock 
they'll take me to the Gallows pole,
The sands of time for me are running low.
 
When the priest comes to read me the last rites,
I take a look through the 
bars at the last sights,
Of a world that has gone very wrong for me.
 
Can it be that there's some sort of error.
Hard to stop the surmounting terror.
Is it really the end, of some crazy dream.
 
Somebody please tell me that I'm dreaming,
It's not so easy to stop from screaming,
The words escape me when i try to speak.
Tears flow but why am I crying,
After all I'm not afraid of dying.
Don't I believe that there never is an end.
 
As the guards march me out to the courtyard,
Somebody cries from a cell "God be with you".
If there's a God then why has he let me go?
 
As I walk all my life drifts before me,
Though the end is near I'm not sorry.
Catch my soul, it's willing to fly away.
 
Mark my words believe my soul lives on.
Don't worry now that I have gone.
I've gone beyond to see the truth.
 
When you know that your time is close at hand.
Maybe then you'll begin to understand,
Life down here is just a strange illusion

Por que está aqui: Hallowed Be Thy Name é uma das letras mais reflexivas e filosóficas da música pesada. O que a torna memorável não é apenas o fato de abordar o desespero de um homem inocente condenado a morrer na forca e seu questionamento sobre a existência de Deus, mas, principalmente, a interpretação de Bruce Dickinson. Para os mais sensíveis, é impossível não se emocionar com as variações e a dramaticidade que o vocalista impõe à sua voz, transmitindo soberbamente a angústia e a desilusão do eu-lírico. Como se não bastasse, o instrumental da música está diretamente ligado à letra, formando uma sinergia que beira a perfeição. Sem dúvida, um dos momentos mais sublimes da música pesada.


1 – HelloweenFuture World

 
If you're out there all alone
And you don't know where to go to
Come and take a trip with me to Future World
 
And if you're running through your life
And you don't know what the sense is
Come and look how it could be, in Future World
 
We all live in happiness our life is full of joy
We say the world "tomorrow" without fear
The feeling of togetherness is always at our side
We love our life and we know we will stay
 
[Chorus]
Cause we all live in Future World
A world that's full of love
Our future life will be glorious
Come with me - Future World
 
You say you'd like to stay,
But this is not your time
Go back, find your own way to Future World
 
Life can be for living 
Just try and never give in 
Tell everyone the way of Future World
One day you'll live in happiness
With a heart that's full of joy
You'll say the world "tomorrow" without fear
The feeling of togetherness will be at your side
You'll say you love your life and you'll know why


Por que está aqui: Porque é a letra ideal para qualquer headbanger mostrar para os preguiçosos de plantão que este estilo de música não é necessariamente depressivo, rabugento e pouco sentimental. É a prova maior de que não é preciso fazer as clichês caras de mau e se vestir de preto para ser headbanger. Também não é necessário ser apreciador de axé, pagode e afins – se é que o axé e o pagode têm alguma coisa para ser apreciada – para cultuar a alegria e o amor. A diferença é que o axé e o pagode só exploram a alegria e o amor nas suas formas mais imbecilizantes, vulgares e anestesiantes. Future World, ao contrário, trata o amor e a alegria de forma idealizada, pueril e inocente, se confundindo muitas vezes com os ideais socialistas – com os ideais, não com as práticas – de igualdade universal e justiça social. Se todos ouvissem Future World pelo menos uma vez por dia, certamente o mundo seria mais feliz, justo e solidário. As utopias são o primeiro passo para mudar a realidade.

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Menções Honrosas


Revolution Calling
, Queensrÿche

Holy Wars...The Punishment Due, Megadeth

Leper Messiah, Metallica

The Gods Made Heavy Metal, Manowar

Rime Of The Ancient Mariner, Iron Maiden

Children of The Grave, Black Sabbath

Into The Void, Black Sabbath

Orgasmatron, Motörhead

Let There Be Rock, Ac/Dc

For Those About To Rock (We Salute You), Ac/Dc